Certa tarde eu andava por Campo Grande em direção ao curso dos garotos e algo muito inusitado chamou-me a atenção: uma pequena borboleta debatia-se desesperada pelas bordas deum boeiro de rua. A saída era evidente, porém mesmo assim o pobre animal permaneceu sofrendo com toda a sua beleza e delicadeza por tempo indeterminado. Para muitos, poderia ser apenas algo diferente, ou nem merecer ser notado; mas para mim aquela cena foi de beleza praticamente imensurável, dizendo tantas coisas sem dizer nada e eu encontrei naquele pequeno ser assustado a expressão perfeita para definir todos os meus pensamentos e reflexões: "Borboleta no Bueiro"; confuso, triste, belo, encantador e com um quê de mistério. Afinal, como pode algo escolher sofrer estando a saída bem a seu lado?? Enigmas que morrerão com quem os vive semelhantes e talvez nem mesmo estes saibam a resposta.. estão acostumados com suas condições miseráveis a tal ponto que nela enxergam segurança e "consolo".
Já explicado o controverso nome que tantas especulações já gerou, parto para o blog em si. O Borboleta no Bueiro não me é apenas um blog, aliás, eu dificilmente o vejo como tal. Ele é o meu diário mais íntimo onde posso desmoronar e me reconstruir quantas vezes quiser, onde posso prantear meus males por horas a fio e transformar em verso ou prosa o sofrer de um amor inexorável. Aqui é o meu santuário quase que religioso, meu encontro mais intenso com tudo o que me abrange, meu refúgio mais do que imaginário; e se não fosse este diário, talvez eu já tivesse morrido de desgosto. É por tudo isso e alguns outros motivos que este blog é o meu xodó e eu não o abandonaria por nada nesse mundo, afinal, em cada uma dessas palavras há depositado um pedaço de mim. <3
