segunda-feira, 26 de novembro de 2012

=)


Cuide do seu jardim,
  e as borboletas virão..

domingo, 18 de novembro de 2012

Até que não houvessem estrelas


Eu não sei o que é amor, mas conheço a dor que ele pode causar. Eu estava lá quando os prédios desabaram. Eu não sei o que é amor, mas já ouvi as lendas à cerca da inexorável alegria que pode causar. Afortunados sejam aqueles que conhecem o amor, das suas dádivas. Que almas abençoadas! Como deve ser próspero sentir-se amado e seguro. Deve ser como deitar-se em berço de estrelas e despertar em campos de flores.. O que não daria eu, mera exilada, para partilhar de tal divino presente... Eu andaria por vales de morte e sombra eterna apenas pela vã esperança de nos braços do amor me encontrar. Eu esperaria até não houvessem mais estrelas e o mundo que conhecemos fosse um pálido resquício dos destroços do passado, se, ao fim de tudo, me esperasse também nem que fosse um vislumbre da felicidade que uma vez eu vi nos olhos de dois amantes.

"Todos me pareciam tão felizes..
Porque eu não podia ser como eles? "
[A Procura da Felicidade]

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Eu deixei algo no vento..


   No vento eu deixei todos os meus heróis, todos os meus sonhos impossíveis, todos os meus amores inacessíveis. No vnto eu deixei todas as minhas lágrimas, todos os meus temores, todos os meus dias que anteciparam este. Eu deixei algo no vento... Muitas vezes ele vem a minha janela numa tarde macilenta e sopra um sussurro ligeiro e monocromático em meus ouvidos gelados. Eu sei exatamente o que ele veio dizer, antes mesmo de iniciar sua mensagem; ele veio me lembrar do que eu esqueci sobre seus cuidados, me lembrar que aquelas coisas ainda existem, embora afastadas da realidade. São reais em um outro mundo, em algum lugar do passado. Então eu fecho os olhos e as janelas, aqui dentro o frio se foi. Observo como, lá fora, o clima tinge de sépia as flores, as árvores, a vida. Há algo de belo nele, algo como uma sensibilidade, um humano inabalável. Quase como que para lembrar de que essas coisas ainda existem em mim - em algum lugar de mim - secreto. Olho com carinho para a janela, não odeio meu passado. Eu deixei algo no vento..

Citações: 4 vezes felicidade

“ Felicidade é ter algo o que fazer, ter algo que amar e algo que esperar...” [Aristóteles] " Felicidade é apenas paz de espírito." [Dalai Lama] " Felicidade é amar e, em troca, amado ser." [Moulin Rouge] " Na decaração dos direitos humanos está citada a busca pela felicidade. Parece algo estranho para estar presente em um documento tão importante, mas alguém sabia que não há maior bem para um homem e usou o termo busca; que remete que talvez nunca a encontremos, mas que não podemos desistir de encontrá-la." [A Procura da Felicidade]

Sapatos de veludo vermelho


   A dama caminhou sofisticadamente e seus sapatos de veludo vermelho, mais parecia uma garça, tamanha era sua graça. Segurava com uma das maõs a barra do vestido de seda cerúlea e com a outra ajeitava o penteado. Os longos cabelos escuros e lisos, sedosamente caindo pelo ombro esquerdo. Adentrou o bosque afastando os arbustos com as mãos - agora livres. Agora livre. Tirou os sapatos de veludo vermelho e deixou-os em frente a um robusto carvalho, retirou o vestido de seda cerúlea e dobrou-o com todo o cuidado em cima dos sapatos luxuosos. Sacudiu os belíssimos cabelos e deixou que caíssem como bem quiseram pelo corpo esguio. De vestes íntimas, pos-se a correr liberta por entre as árvores, dançando e pulando em volta das plantas venenosas e serpentes. Gostava do veneno, da perversidade, das aranhas que devoraram seus parceiros tanto quanto gostava dos vestidos de seda e olhares de boneca. Não era mais de um mundo nem de outro, apenas.. podia ser - com perfeição - quem bem quisesse. Este era seu modo de viver.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Águas claras


Um dia eu encontrarei um mar de águas claras e frescas, intocadas. E, pela primeira vez, não precisarei vasculhar um mar negro e triste para achar um tesouro. Que nunca achei.

Dura.

Já posso ouvir os gritos de reprovação e sentir a dureza das pedras.. Mas direi assim mesmo:

Nós jovens - que nos auto-proclamamos profundos entendedores do amor  - somos os que menos o conhecemos de fato. Na idade em que tudo é excessivo e intenso, qualquer mera atração pode ser confundida e transformada numa pequena obssessão que - erradamente - denominam amor. Reflita sobre isso: não vivemos um terço de nossa vida, não passamos por nada e queremos ser tudo. E o amor, o ''sentimento sublime''.. é claro que haveríamos de querer incorpora-lo ao nosso mundo juvenil e dizer os mais equivocados ''eu te amo'' acreditando realmente serem verdade absoluta. E defendemos com garras e sangue..

Mania que a maioria dos jovens têm de defender burrices com garras de ferro e sangrar por causas que um dia verão o quão inuteis..