No escuro amigo é onde se encontra,
abraçada ao vazio interior com todas as forças
derramando lágrimas como a criança deprimida que é.
Ausencia de mãe, algum desespero incompreendido
e o medo a guiar-lhe os poucos passos.
Não lhe falta amor, não lhe falta carinho,
porém o sopro do dia fora arrancado do peito
deixando uma depressão soturna que virá acompanha-la para sempre.
Por isso se apega ao escuro, seu amigo fiel
e na solidão se sente protegida do mundo lá fora tão impietuoso.
Matando o tempo com qualquer cultura inutil,
poucas coisas lhe despertam o interesse realmente.
Tão ferida por dentro, mas ainda angelical por fora,
ninguém perceberá sua amargura
e ela permanecerá gritando por anos num silêncio vedador.
O corpo é o caixão da alma.
Deus, eu estou morta?