"Eu sou uma amargura doce: o quão inspirada, o quão vazia.", esse é o primeiro verso de um pequeno poema meu e revela parte de como me sinto. O sentimento mais belo do mundo, o pelo qual existimos e vivemos, às vezes [várias vezes..] também pode ser um veneno doce que causa dependência: ao mesmo tempo que é flores e cores, é trevas e solidão, é alegria e tristeza, vida e morte. E definhar por tal sublime sentimento [que deveria ser tão lindo] faz-me cada vez mais amarga com o passar dos dias.. com mais vontade de fechar a cara e me isolar do mundo em meu quarto, escrevendo poemas ao lado de minhas gatinhas.. E ao mesmo tempo sinto uma enorme vontade de me destruir cada vez mais, afundar mais profundamente no abismo.
Na decadência flamejante de uma tortura chinesa é aonde desejo estar agora, sendo o meu próprio Carrasco e rasgando meu corpo, com ódio e violência. Quero que os princípios e a sanidade por um dia vão para o espaço e afundar na região mais abissal e primitva de minha mente doentia. Destruir a mim mesma.
Às vezes consigo, por alguns longos instantes, entender os que caem bêbados pelas ruas totalmente entregues à auto-degradação ou os que passam noites inteiras forjando "alegria" e euforia em baladas idiotas na companhia [igualmente desprezível] de "amigos" farreiros. São pessoas destroçadas que precisam de alguma forma liberar sua dor, a auto-degradação é perfeita para isso, é a hora em que o amor próprio é esquecido e o coração fragilizado nescessita de mais dor, para ao menos terminar de se destruir.
Oraa, pro diabo com tudo isso! E que se ferre de uma vez a moral, a decência, os princípios e a vida.
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