sábado, 4 de agosto de 2012

Dreamspace


Tão escura e bela é a noite, e a luz branco-azulada das estrelas faiscando no céu onix. Em meus sonhos, caminho em um tapete de nuvens. Meus pés tão suavemente sentem o enregelar molhado do algodão. O vento que ao meu redor devaneia é tão leve que tenho a sensação de poder voar. Pego com as mãos uma pequena estrela, sua luz cintilando entre meus dedos. Logo ela se derrete em um líquido quente e prateado; metal celestial. Quando eu o liberto ao vento acaba por cair na lua, e mais uma cratera em sua superfície surge. Brilho metálico. Agora eu estou correndo em um mar de nuvens, tão velozmente que sinto poder voar. E passo pelos profundos mares de Netuno, o céu límpido de Urano, os desertos de Saturno e os vorazes vulcões de Marte. Tão grande é o universo, e quero desbravá-lo para sempre. À esquerda de Plutão vi um enorme emaranhado de luzes de todas as cores, se tratava de um santuário. Um porto seguro onde as estrelas se encontram e juntas falecem. No caminho de volta fugi dos dentes de Leão, montei Capricórnio e banhei-me em águas cristalinas do Aquário onde a bela Virgem entoava uma triste canção. Tão grande é o universo e quero desbrava-lo para sempre. Novamente na Terra, vi as primeiras nuances do alvorecer despontando de um horizonte amarelo-rosado. Um passo dei para fora de minha nuvem, atirando-me aos céus. Tão leve a queda, tão suave o despertar. E meus olhos se abriram em uma cama quente. A janela estava aberta. Lá fora um céu, e uma lembrança agradável.

Um comentário:

  1. Fascinante!A maneira como as palavras se perdem na cabaça, fantástico!

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