quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Imensidão Abstrata


Por muito tempo vagou solitário pelas areias da imensidão abstrata, os pés rachados pelo solo infértil, a pele cadavérica completamente calejada pelo enregelar zéfiral. O coração vazado, deveras dilacerado em outra época, outra vida. Por infindáveis séculos ele vagou naquele árido, teve do absoluto silêncio das dunas marrons, dos penhascos de areia; entregaria a alma na crença de que seu exílio era um castigo divino e que sua ruína era algo que lhe faltava, algum santo elixir para a sua solidão. Puro erro. Na verdade, tudo aquilo que ele via milhas e milhas à frente era fictício, tão surreal quanto uma ilusão, tão frágil quanto uma de suas lágrimas. E a falta que lhe ardia, um dia na eternidade viria a descobrir que não viria dos céus a cura, esta já estava dentro dele mesmo.. escondida em uma de suas inexoráveis imensidões abstratas...."

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