quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nudez.

" Minha matéria é o nada.''
[Carlos Drummond de Andrade]

Não cantarei amores que não tenho, disse o Poeta. E era como se escrevesse para si mesmo, não para además leitores. Foi verídico sobre seu atual estado - quem sabe, permanente - , sincero para com seus sonhos e expectativas. Ele apenas expôs sua verdade crua, sua alma nua. Nudez. Há quanto tempo não disponho de uma conversa franca para comigo mesma? Talvez eu nem saiba o que isto significa. Eu, sentada no meu trono de mentiras, monarca de um reino de farsas. Por tantas vezes desconheci o que encarei perante o espelho, quando olhei dentro dos meus próprios olhos. Tristeza, solidão, vazio.. e lá se vai minha alma nua. No que eu me tornei? Há lama em minhas mãos. Já não há mais aquela terna voz a clamar no coração, pois não há mais quem me faça amar. E a razão é algo tão frio.. Se o amor move o mundo, estou eu estacada em solo infértil, admirando o nada. A longevidade do vazio, planícies de aridez e eco. Na nudez da sinceridade todos descobrirão: minha matéria é o nada.

2 comentários:

  1. "Eu, sentada no meu trono de mentiras, monarca de um reino de farsas."

    Lembra quando eu te mandei uma mensagem que dizia: "Estou vivendo em um conto de farsas" ?

    E eu gosto desse plano de fundo do blog. ^^

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    1. Lembro. voce nunca responde minhas respostas.. rsrs' //Obrigada =)

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