sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Criança Solitária

 
  Alheia às outras crianças da escola, que se divertiam futilmente em seus grupinhos fehados, havia uma menina triste que passava todos os recreios solitária entre as pilastras. Os outros dela riam e caçoavam todos os dias, porém talvez nenhum deles [nem juntos] fosse metade do que aquela menina era. Havia uma luz escura pairando sobre sua cabeça, era a única ali que poderia ver além do óbvio, que possuía o dom de enxergar sentimentos, de decifrar significados ocultos em palavras, simples palavras. Ela era uma das poucas no mundo que perceberia as milhares de dores escondidas em uma resposta ou notar o brilho de uma pequena borboleta absorta na paisagem. E o único motivo para esta criança ser tão sozinha, era porque ela era especial demais para estar com os outros.

Eu, que enxergo o mesmo mundo escondido que ela, descrevi assim esta criança. O nome dela?
Ela se chamava Mayara Priscila, e  
era ela quem sempre enxergava flores nas minhas palavras.

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