Eu me sinto afogar, vagarosa e enebriantemente. Cada vez mais profundamente na imensidão azul. As verde-claras algas e os linguados brilhantes, os coloridos corais e os assustados cardumes; todos dançam comigo agora, todos vibram ao meu redor. Olhos meus quase se fecham, e meus novos amigos desparecem lentamente num reflexo azul. Não mais há pulsar em minhas veias, nem tão pouco pensamentos em minha mente, o ar esvaiu-se de meus pulmões tão completamente que já me sinto parte deste oceano. Eu me lembro, sim me lembro de ter visto, pela última vez - antes de perder-me na escuridão - os olhos acinzentados levemente azuis, enigmáticos e cintilantes, e eu soube - oh, eu soube! - que existiam estrelas no mar.
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