terça-feira, 3 de abril de 2012

Quando se atiram flores ao lixo



É duro ser tratada como lixo
  por alguém que eu tratei como flor. "


Então por agora eu visto um par de luvas finas, óculos escuros e uma encharpe elegante, ponho-me a caminhar por vielas e esquinas desertas como a marcha solene de uma viúva. Mas o meu vestido não é negro. Eu não estaco à porta de um cemitério, apenas abro delicadamente o embrulho de seda que carrego e observo com afeição - pelos poucos, porém sinceros, sorrisos que me trouxe uma vez - a camélia rosa-pálido a qual dediquei tantos versos, tantos suspiros e tantas lágrimas desesperadas. Minha camélia rosa-pálido. Eu te almejei, como eu te almejei! Eu te quis a seu modo, exatamente como tu eras [ou como para mim se mostravas..] e lhe ornaria com um vaso de ouro polido e bronze acaso me quisesses ao seu lado. Mas, oh camélia rosa-pálido, tu não eras meu destino. E tu me descartaste como a um papel escrito. É por isso que hoje eu te tiro deste lenço de seda escura e lhe atiro ao balde de lixo. Logo após limpo minhas mãos em meu vestido vermelho.


*Mayara Priscila, vai uma dica.

Um comentário:

Expresse-se.