quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Lágrima


Dentro de mim há uma consternação serena
Que vem se conservando firme através dos anos
Como uma leve e eterna chuva outonal
Ela é a lágrima que me cai subitamente do rosto
Em contemplo a uma cena de amor
Ela é o enregelar que me veste o peito
Quando sei que estou sozinha

Em meu sonho
Nós caminhamos por uma praia deserta, os dedos unidos
E trocamos olhares afeiçoados, não há nada que precise ser dito
O céu é de um rosa flor amarelado, a brisa leve inspira ternura
Nós somos tão felizes que não alteraríamos nada
Quando eu sinto medo vens ligeiramente ao encontro meu
E nos teus braços candentes eu sei que estou protegida
Em meu sonho eu não invejo casais qual queres
Eu não pranteio na solidão
Porque eu sei que o terei para sempre, e você a mim

Então o transe cessa
E novamente olhos meus despertam vagarosamente
Não houvera praia, não houvera céu azul
E não houvera amor que me cabesse
O alvorecer é o derradeiro do dia, que nasce morto
Nas minhas mãos não há o calor das tuas
Nos meus olhos não há aquela ternura de amante
Apenas uma lágrima branda a representar toda a dor

Dentro de mim há uma consternação serena
Que vem se conservando firme através dos anos
Como uma leve e eterna chuva outonal
E a lágrima que me cai subitamente do rosto
É a solidão


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Expresse-se.