Oh, como és bela e graciosa! Piruetas e passinhos entre as estrelas. Reluzindo, reluzindo como o pó prateado que cái do luar! Então ela chega, delicada e tímida, uma flor oriental desabrochando em meio ao espetáculo. - Uma salva de palmas! - saudações calorosas, o brilho no olhar do espectador ao deparar-se com tamanha arte. É Mariana! Aquela menina com traços de boneca e olhos grandes e assustados como ao deparar-se com a morte. Ela levita no palco com tamanha graça que é como se houvessem asas em seus pés. O nome da peça é Dias de Primavera e tudo ao redor reluz - das plumas às sapatilhas - tudo é cor, tudo é belo e sublime. Alegria ! Exceto o coração de nossa heroína, o verdadeiro e imaculado, por detrás dos colãns e dos tutus, dos passinhos e das piruetas, de toda a graça e encanto. Não há cores ou amores naquela alma infante, apenas trevas.. e melancolia. A melancolia da bailarina.
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